Quem são os responsáveis pela repressão aos movimentos sociais? E como é possível derrotar a repressão?
Não tenhamos dúvidas: Paes, Cabral, Alckmin, Tarso, Dilma e um longo etc. Cada governante é responsável pela repressão e perseguição aos movimentos sociais e aos lutadores. A PM está a serviço dos interesses de classe que defende cada um deles. A mídia cumpre o papel de criminalizar os movimentos para isolá-los, fazer com que a população não apoie as lutas.
O Estado sempre reprimiu os movimentos sociais, não precisa ter um real motivo para que isso aconteça. Se tem alguma luta que se enfrente em menor ou maior grau com os governos, vão tentar acabar com a luta ainda que seja preciso usar a força para isto. Outra coisa é que para reprimir qualquer luta a PM, governos, mídia tem que justificar para a população o uso da violência. Por isto geralmente fazem qualquer malabarismo com as imagens para acusarem o movimento e seus ativistas de baderneiros, vândalos, irresponsáveis, ou ainda se fecham alguma via vão dar ênfase ao transito causado ou mesmo quando tem alguma greve de professores, por exemplo, falam que os estudantes vão ficar ou estão ficando dias sem aulas etc. Isso tudo porque sabem bem que se a população estiver do lado do movimento, e ao contrário do que eles querem, o movimento não estiver isolado, isso pode levar o governo a derrotas.
Foi assim que aconteceu em junho, após brutais repressões, a população que não concordou com os motivos de tamanha violência, por se tratar inclusive de um direito estabelecido na sociedade como democrático. Colocou-se em favor do movimento e fez com que milhares fossem as ruas e derrotassem a repressão, fazendo até com que o governador Geraldo Alckmin (responsável por um currículo de repressão que vai das famílias do pinheirinho aos estudantes da usp) desautorizasse a PM de usar balas de borracha. E depois obrigasse tanto Alckmin como Haddad a revogar os aumentos das passagens de ônibus. Aqui é importante que fique claro que quem impôs esta derrota aos governos foram os milhares nas ruas. Disso podemos concluir que para derrotar o governo é preciso antes de tudo do apoio da população para nossa luta.
A tática Black bloc no Rio de Janeiro
ajudou os professores?
No último dia
7 em manifestação no Rio de Janeiro, milhares mais uma vez foram às ruas em
solidariedade aos professores em greve. Durante a manifestação não teve a
presença da PM, ou seja, mais uma vez o movimento depois de ter sido por vezes
reprimidos, seguia para derrotar a repressão, pela sua força de 50, 80, 100 mil
nas ruas. Ao final do ato a PM reprimiu o movimento. Qual foi sua
justificativa? depredações, fachadas quebradas, vandalismo etc. O que foi
divulgado no dia seguinte:
1) Que a passeata dos professores terminou em vandalismo causado pelos black blocs
2) Que o SEPE - sindicato dos professores - apoiam incondicionalmente os black blocs.
Ainda que o SEPE tenha aprovado posições diferentes do que vinculou a mídia. Aqui fica clara a tentativa de confundir a população que vem apoiando os professores. Pois segunda nota da própria página do Black Bloc RJ divulgada semanas atrás a população vinha se opondo a esta tática de depredações usada pelos “BBs”.
1) Que a passeata dos professores terminou em vandalismo causado pelos black blocs
2) Que o SEPE - sindicato dos professores - apoiam incondicionalmente os black blocs.
Ainda que o SEPE tenha aprovado posições diferentes do que vinculou a mídia. Aqui fica clara a tentativa de confundir a população que vem apoiando os professores. Pois segunda nota da própria página do Black Bloc RJ divulgada semanas atrás a população vinha se opondo a esta tática de depredações usada pelos “BBs”.
Sabemos que
os P2 da PM se infiltram, ou pelo menos tentam (foram expulsos da assembleia do
SEPE) se infiltrar nos movimentos com objetivos claros de desmobilizar as
lutas. Não é difícil acreditar que estes mesmos se vistam de preto e andem com
mascaras e de braços dados com jovens honestos que querem lutar contra o
sistema. É neste sentido que devemos discutir o papel que esta tática “Black
Bloc” ou a “performace” vem cumprindo. Neste caso, nos parece está servindo
muito mais ao Estado do que ao próprio movimento.
Se formos
além deste fato, e observarmos que após os últimos atos em que prevaleceu tal
tática os governos se preparam para adotar “medidas mais rígidas” contra o
movimento, temos que refletir: estamos fazendo com que avance as derrotas sobre
o governo ou estamos dando cada vez mais corda para que nos enforquem?
O que fazer diante da repressão do Estado?
É muito
importante que o movimento pense em se defender da repressão do Estado. Não
podemos confiar que em todos os atos e manifestações teremos solidariedade de
milhares. E mesmo que com esta solidariedade não seja possível nenhuma
repressão por parte do Estado, ainda que tenhamos visto pela história recente
que o torna muito mais difícil. Contudo para isso é preciso que o movimento e
as entidades dos trabalhadores, como no caso dos professores cariocas, o
sindicato organize a auto-defesa dos professores e que esta defesa esteja a
serviço das deliberações do movimento, neste caso, de suas assembleias.
Na luta
contra o Estado, assim como numa guerra, defesa e ataque, deve ser encaradas
como táticas (meios para se chegar a um objetivo). Atacar não deve ser um
principio, podendo colocar em risco nossa vitória. Táticas devem ser encaradas como
táticas. Quando elas servem para alcançar nosso objetivo são boas, quando não
servem são ruins e devem ser descartadas e pronto. Para derrotar o Estado
burguês será preciso muito mais do que pedras e molotovs. Para acabar com o
sistema capitalista será preciso muito mais do que destruir a vitrine de uma
agência bancária ou concessionária. Na história nenhum grupo isolado do
movimento de massas, sem o apoio da população, mesmo que armado (com armas de
fogo) conseguiu vencer o Estado burguês e seu aparato de repressão.
Para o
movimento ser vitorioso precisamos conquistar a confiança da população, precisamos
não só ter a confiança, mas ter capacidade de trazer pro nosso lado amplos
setores para que andemos ombro a ombro pelas ruas, unificando a juventude e os
trabalhadores numa luta só. Apenas assim teremos condições de usar toda a
violência revolucionária que este Estado merece e precisa pra ser duramente
derrotado.